Tuesday, June 28, 2005

Festas Juninas


O costume de festejar o mês de junho surgiu na Europa antiga, antes do cristianismo. Junho era um mês especial, a primavera chegava ao fim e o verão se aproximava. E, com a nova estação, dias mais longos e quentes: época ideal para o plantio.
As alterações no clima eram atribuídas à magia e aos deuses.
Dias quentes e ensolarados, depois dos meses frios do inverno e dos dias amenos da primavera, eram considerados uma bênção divina.
Assim, os povos criaram rituais para garantir a boa vontade e a bondade das divindades responsáveis por esses fenômenos.
No século IV, quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Ocidente, as principais celebrações pagãs foram sendo incorporadas ao calendário das festas católicas.
Aos poucos, os cristãos foram criando novos mitos para explicar as práticas anteriores, o que se chama de sincretismo religioso.
Para justificar o uso do fogo na festa cristã, conta-se que Santa Isabel teria acendido uma fogueira para avisar Maria, sua prima, do nascimento de seu filho João Batista, comemorado dia 24 de junho.
As comemorações foram ampliadas no século XIII, incluindo o dia da morte de Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua, 13 de junho, e o da morte de São Pedro, 29 de junho.
No Brasil as festas religiosas foram difundidas pelos jesuítas quando aqui chegaram, e as celebrações do mês de junho se mostraram muito eficazes para atrair a atenção dos indígenas para as mensagens catequizadoras dos padres, pois eram comemoradas com fogueiras, rezas e muita alegria, e coincidiam com o período em que os índios realizavam seus rituais de fertilidade.
Essa coincidência de comemorações fez com que as festas juninas ficassem entre as preferidas no calendário das festas brasileiras.
Nas diversas regiões culturais do Brasil, a tradição se mantém até hoje: nas festas juninas deve-se agradecer a abundância do ano anterior, reforçar os laços familiares e rezar para que os maus espíritos não impeçam a próxima colheita; no entanto, ganham cor local, variando os tipos de danças, indumentárias, comidas e banhos. A quadrilha, dança característica das festas juninas, difundiu-se no Brasil, em 1808, com a chegada da Corte Portuguesa. De origem francesa, logo caiu no gosto popular e foi incorporada às festas juninas.
Além dela, atualmente também são comuns folguedos e danças específicas de cada região do país.
Por exemplo, no Nordeste, o coco e o boi-de-são-joão.
Nas regiões cafeicultoras, o cateretê, a cana-verde, o samba-de-lenço, a ciranda e o batuque.
No Amazonas, a polca, a valsa e o samba.
A tônica das festas juninas são a fogueira, o foguetório, o milho, o quentão, o mastro e as rezas dos santos juninos: São João, São Pedro e Santo Antônio.

Santo Antônio

Festejado no dia 13 de junho, é um dos santos de maior devoção popular tanto no Brasil como em Portugal. Nascido em Lisboa a 15 de agosto de 1195, Fernando de Bulhões veio a falecer em Pádua, na Itália.
Recebeu o nome Antônio ao passar em 1220 da Ordem de Santo Agostinho para a Ordem de São Francisco, podendo ser conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua. Santo Antônio era admirado ainda em vida como um ótimo orador que pregava a palavra de Deus sendo esta entendida inclusive pelos estrangeiros.
Não são, porém, os feitos realizados em vida que interessam aos devotos deste santo, mas sim tê-lo como seu camarada, a quem pedem para encontrar coisas perdidas, um noivo para as raparigas ansiosas…
É por assim dizer o "santo dos milagres", pois como afirmou o padre Antônio Vieira, em um sermão de 1663 realizado no Maranhão, seus milagres não se limitam a arranjar noivos para as donzelas ou encontrar coisas desaparecidas, "se vos adoece o filho, Santo Antônio; se vos foge um escravo, Santo Antônio; se requereis o despacho, Santo Antônio; se aguardais a sentença, Santo Antônio; se perdeis a menor miudeza de vossa casa, Santo Antônio; e, talvez se quereis os bens alheios, Santo Antônio".
É o santo familiar, protetor dos taverneiros e dos varejistas em geral, sendo comum encontrar a figura deste santo em estabelecimentos comerciais.
É o padroeiro das povoações, dos soldados; inclusive tendo enfrentado em vida aventuras guerreiras, como soldado português. Neste sentido ele teria o papel de heróico defensor da integridade do solo brasileiro, como explicitam os cronistas que relatam a libertação de Pernambuco das holandeses, assim como os que falam da defesa da Colônia do Sacramento ao sul, e da defesa do Rio de Janeiro com relação aos franceses; atribuindo a vitória à proteção deste santo.
A influência deste santo é sensível entre o povo brasileiro, que em geral não quer uma imagem grande do santo, mas uma pequena, portátil que possa ser manejada as vezes um tanto quanto severa e impiedosamente: " É bom carregá-lo na algibeira, é para proteger."
Em homenagem a Santo Antônio, geralmente, são realizadas duas espécies de rezas e festas: os responsos, quando ele é invocado no caráter de achar coisas perdidas e a trezena, cerimônia que se prolonga por entre cânticos, foguetório, comes, bebes, do primeiro a treze de junho de cada ano.
No dia 13, é comum a busca do "pãozinho de Santo Antônio".
Os fiéis vão às igrejas buscar o pão dado gratuitamente pelos frades. Em troca, costumam deixar ofertas.
O pão é bento e acreditam que se deve colocá-lo junto aos demais mantimentos para que estes não faltem jamais nas casas dos que assim procedem.
Sendo o dia de Santo Antônio comemorado alguns dias antes da comemoração do nascimento de São João, em suas festividades estão presentes elementos próprios das festas deste último, como: os fogos e a fogueira.

São João João Batista

Santo católico, primo de Jesus Cristo, morreu a 29 de agosto do ano 31 d.C., na Palestina; tendo sido degolado por ordem de Heródes Antipas, a pedido da sua enteada Salomé, pois a pregação do filho de Santa Isabel e São Zacarias incomodava a moral constituída na sua época.
Antes mesmo de Jesus, Batista já pregava publicamente às margens do rio Jordão. Destacando-se por seu jeito áspero e intolerante de ser, instituiu a partir da prática de purificação através da imersão na água, o batismo, tendo inclusive batizado o próprio Cristo nas águas deste rio.
O dia 23 de junho, véspera do nascimento de São João e quando são iniciados os festejos, é esperado com especial ansiedade.
A importância de São João fica bastante clara, quando percebemos que dentre os santos do mês de junho, ele teve o poder de dar ao mês o seu nome (mês de São João) e qualificar de "joaninas" as festas realizadas no decurso dos seus 30 dias.
São João é muito querido por todos: moças, velhas, crianças ou homens, seja para fazerem de oráculo nas adivinhações ou para festejarem pirotecnicamente com fogos de artifício, tiros e balões coloridos, além dos banhos coletivos pela madrugada.
São inúmeras as lendas relativas a este santo e a tradição da sua festa: fogueira acesa à porta de cada casa para relembrar a fogueira que Santa Isabel acendeu para avisar Nossa Senhora do nascimento do seu filho, por exemplo. O São João, segundo a tradição adormece no seu dia, pois se estivesse acordado vendo as fogueiras que são acesas para homenageá-lo, não resistiria: desceria à Terra e esta correria o risco de incendiar-se.
As danças regionais, o som das violas, rabecas e sanfonas, o banho do santo, o ato de pular a fogueira, a fartura de alimentos e bebidas; compõem a festa de São João e transformam-na em uma noite de encantamentos, que inspira amores e indica a sorte dos seus participantes que pisam, no fim da festa, na brasa da fogueira para demostrarem sua devoção.

Lenda:

Bombas de São JoãoAntes de São João nascer, seu pai São Zacarias andava muito triste por não ter filhos. Certa vez, apareceu-lhe um anjo de asas coloridas, todo iluminado por uma luz misteriosa e anunciou que Zacarias seria pai. A sua alegria foi tão grande que Zacarias perdeu a voz e emudeceu até o nascimento do seu filho. No dia do nascimento do seu filho, mostraram-lhe a criança e perguntaram como desejava que se chamasse. Zacarias fez grande esforço e por fim conseguiu dizer: - " João". Desse instante em diante Zacarias voltou a falar. Todos ficaram tão felizes e foi um barulhão enorme. Eram vivas para todos os lados. Lá estava o velho Zacarias, contente, olhando, orgulhoso o filho recém nascido…
Dai as bombinhas, tão apreciadas pelas crianças fazerem parte dos festejos juninos.

São Pedro

São Pedro cativa os devotos por sua história pessoal.
Nascido como Simão em um vilarejo pagão na Galiléia, levou a vida como pescador na cidade de Carfanaum, até que, junto com seu irmão André, foi convocado por João Evangelista para fazer parte do grupo mais próximo de seguidores de Jesus Cristo.
Simão era um dos apóstolos preferidos de Cristo, que admirava sua liderança firme e lhe deu o nome de Pedro (Petrus), que significa pedra, rocha. Justificando isso, Jesus teria dito: "És Pedro! E sobre esta rocha construirei minha Igreja".
Pedro viveu muitos anos após a morte de Jesus Cristo, dedicando sua vida à pregação das palavras de seu mestre pelo Império Romano, tanto na Palestina quanto em Antióquia.
Por esse motivo e por sua proximidade com Cristo, ele é considerado fundador da Igreja Católica Romana, tendo sido o primeiro papa.
Depois da sua morte, São Pedro segundo a tradição católica, foi nomeado o chaveiro do céu.
Para entrar no céu, é necessário que São Pedro abra as portas. Também lhe é atribuída a responsabilidade de fazer chover, assim quando começa a trovejar, e as crianças choram com medo, suas mães tentam acalmá-las dizendo: " é a barriga de São Pedro que está roncando" ou " ele está mudando os móveis do lugar".
No dia 29 de junho, São Pedro é cultuado como protetor das viúvas e dos pescadores e são realizadas procissões terrestres e marítimas em sua homenagem.

http://www.festajunina.com.br/novo/yoki/
http://www.klickeducacao.com.br/Portal/Materia/
Cultura_Brasileira/FrontDoor/0,3842,,00.html


Bibliografia sobre Festa Junina

Clique aqui para obter alguns textos disponíveis na Biblioteca Pública Estadual Luís de Bessa

Saturday, June 18, 2005

Em nossa Caixa Postal...

Pequeno nosso colega mandou um e-mail:

Na aula de vídeo de 17/06, a professora Naurelice fez referência a esta poesia de Drummond, a senhora não quer colocar no Blog?

Aí está:

Eu, etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo,
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,Letras falantes,
Gritos visuais,Ordens de uso, abuso, reincidências,
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou – vê-lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares, festas, praias, piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa.
Sou gravado de forma universal,
Seio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

Carlos Drumond de Andrade

Sunday, June 12, 2005

Dia dos Namorados


Diferentes versões sobre a origem do dia dos namorados.

É bem provável que a festa dos namorados tenha sua origem em um festejo romano: a Lupercália.
Em Roma, lobos vagavam próximos às casas e um dos deuses do povo romano, Lupercus, era invocado para manter os lobos distantes.
Por essa razão, era oferecido um festival em honra a Lupercus, no dia 15 de fevereiro.
Nesse festival, era costume colocar os nomes das meninas romanas escritos em pedaços de papel, que eram colocados em frascos.
Cada rapaz escolhia o seu papel e a menina escolhida deveria ser sua namorada naquele ano todo.

O dia da festa se transformou no dia dos namorados, nos EUA e na Europa, o Valentine’s Day,
14 de fevereiro, em homenagem ao Padre Valentine.
Em 270 a.C., o bispo romano Valentino desafiou o imperador Claudius II que proibia que se realizasse o matrimônio e continuou a promover casamentos.
Para Claudius, um novo marido significava um soldado a menos.
Preso, enquanto esperava sua execução, o bispo Valentine se apaixonou pela filha cega de seu carcereiro, Asterius. E, com um milagre, recuperou sua visão.
Para se despedir, Valentine escreveu uma carta de amor para ela.
Foi assim que surgiu a expressão em inglês "From your Valentine".
Mesmo tido como santo pelo suposto milagre, ele foi executado em 14 de fevereiro.

O feriado romântico ou o dia dos namorados judaico:
desde tempos bíblicos, o 15º dia do mês hebreu de Av tem sido celebrado como o Feriado do Amor e do Afeto. Em Israel, tornou-se o feriado das flores, porque neste dia é costume dar flores de presente a quem se ama. Previamente, era permitido às pessoas só se casar com pessoas da sua própria tribo.
De certo modo, era um pouco semelhante ao velho sistema de castas na Índia.
O 15 de Av se tornou o Feriado de Amor, um feriado judeu reconhecido durante os dias do Segundo Templo. Em tempos bíblicos, o Feriado do Amor era celebrado com tochas e fogueiras.
Hoje em dia, em Israel, é costume enviar flores a quem se ama ou para os parentes mais íntimos.
A significação e a importância do feriado aumentaram em anos recentes.
Canções românticas são tocadas no rádio e festas 'Feriado do Amor' são celebrados à noite, em todo o país. (Jane Bichmacher de Glasman, autora do livro "À Luz da Menorá").

No Brasil, a gênese da data é menos romântica.
Alguns a atribuem a uma promoção pioneira da loja Clipper, realizada em São Paulo em 1948.
Outros dizem que o Dia dos Namorados foi introduzido no Brasil, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou um slogan de apelo comercial que dizia "não é só com beijos que se prova o amor".
A intenção de Dória era criar o equivalente brasileiro ao Valentine's Day - o Dia dos Namorados realizado nos Estados Unidos. É provável que o dia 12 de junho tenha sido a data escolhida porque representa uma época em que o comércio de presentes não fica tão intenso.
A idéia funcionou tão bem para os comerciantes, que desde aquela época, o Brasil inteiro comemora anualmente a data.
Outra versão reverencia a véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

Adaptação: Lilian Russo(Fontes: Revista Época, edição 160/2001; IBGE Teen e Revista Eletrônica Rio Total)

Saturday, June 11, 2005

Uma homenagem do NS à Isabella


Isa a Bella

Doce rosa menina
Ceifada do jardim da vida terrena
Vestida numa linda tonalidade morena
Foste acolhida pelas mãos do Senhor
Para enfeitar a corte celestial
Com sua beleza juvenil.
Lembro-me ainda
Pequena criança
Chegando da escola
Cabelos ao vento
Sorriso suave
Olhar de ternura
Com seu uniforme
Com sua doçura
Trajada de índia
Toda enfeitada
Mas... Num piscar de olhos,
Já menina-moça,
Tão estudiosa
Serena e suave brisa
Tão Isa Tão Bella.
Que os teus sonhos
Transformem-se em prece
Pela humanidade
Que tanto carece!
Que o seu sorriso infanto-juvenil,
Ilumine a Terra
Que o teu perfume
Preencha o vazio
Que deixaste no peito
Daqueles que a amam.
Oh! Bella! Quimera!
Porque para nós
Sempre serás
Uma meiga menina
A nossa Isabella.

(Jucilene Braga da Silva Santos – amiga – 08/06/2005 – 8:20 hs)

Que a justiça seja feita!!!
 
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